Também quero voltar...

Não é raiva.
Não é odio.
Não é inveja.
É a dúvida.

Não é excesso.
Não é a falta.
Nem a qualidade.
É maneira.

Não é traição.
Não é desinteresse.
Não é desafeto.
Nem distanciamento.
É a insegurança.

Não é amor.
Não é felicidade.
Nem tristeza.
É o medo.

É não saber a que veio.
É não saber pra onde vai.
Nem sentir se está funcionando.

É medo, insegurança e dúvida.
Cada pedra que aparece é uma montanha em nosso caminho.
E assim como vem....vai...
Ultrapassamos cada obstáculo sem olhar pra trás,
mas cansamos. Queremos voltar pra casa.

E isto está nos matando.
Nos colocando contra a parede.
A maior porta para o medo é a insegurança.
Nos colocando contra nós mesmos...

Devaneios noturnos

A cada amanhecer, vendo o sol aparecer sobre nossas cabeças, a vida segue.
Em minha mente, o tempo todo, sinto que não é o suficiente.
Os dias seguem clareando, as noites também.
Naturais ou não as luzes rasgam os céus abrindo caminho para a vida.
Me contenho perante as tentações, assistindo e desejando cada vez mais o tudo.
Seguindo meu caminho, sem prever o futuro e tentando esquecer o passado.

Grandes mentiras já se passaram, grandes desilusões ficam a nossa espreita,
como desfiladeiros em uma estrada na serra.
E tudo o que sentimos são arrepios na espinha, raiva, ódio e amor...
Será que poderei andar para sempre ao seu lado?
Olhando as estrelas, pensando em nada, sem querer saber de amanhã...
Vivendo hoje, agora, o instante.
Será que me permitirá ser assim? Pra sempre?

Olho para o relógio e já são 1:30am, tenho que trabalhar amanhã,
não nasci para isto, horários e compromissos, chega a ser engraçado dizer isto...

Para o meu ou nosso amor, é uma grande caminhada,
e sobre campos de pedra por alguma razão estamos cada dia mais conectados.

Agradeço por estares ao meu lado, encorajar os meus sonhos,
levar tiros que seriam para mim, sangrar por mim.
São estes caminhos que nos levam ao futuro, não há mais fácil, nem mais difícil,
apenas o que escolhemos seguir...
As nuvens que estão no céu não são de tempestade, são de areia,
levantada pela batida dos nossos pés neste terreno seco nordestino.

Então para àqueles que ainda lembram de nós, eu digo, esperem que estamos indo.
E para quem nos esqueceu, deixemos nossas pegadas para trás...pois estamos indo...
Dia após dia....