quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Caminhoneiro

Você já se sentiu só,
Dentro de si mesmo.
sentado em uma mesa de bar,
no centro de um estádio vazio.

Eu não sei como explicar
tais coisas que sinto
o caminhão que eu dirigia se foi
descobri depois de anos que não carregava nada
além de mim.
E uma carga que não me pertencia.

Tenho deixado o tempo agir,
fechando as feridas
tudo o que tive
tudo o que fui
está cicatrizando
deixando apenas marcas.

Tenho engolido à seco,
cada vez que vejo os compradores,
pessoas que não ligam para o conteúdo que se carrega.
Passam de mão em mão.
Não amam.
Apenas usam e jogam fora.
Tudo o que fui.
Tudo o que tive.
Se foi.

Estou confuso de como vim parar aqui.
De como me deixei vir pra cá.
Carregando algo que não era meu.
Distribuindo a minha felicidade para os compradores...

Tenho andado preocupado.
Refletindo sobre o futuro, sobre o meu futuro.
Nos ultimos anos passei pelos momentos mais delicados de minha vida até agora.
O momento mais dificil e o momento mais feliz.
O mais trágico e o mais fantástico.
O melhor e o pior...

Aprendi duras lições.
Não se pode confiar cegamente nem na própria sombra.
Desconfie sempre de si mesmo primeiro.
Ninguém além de você mesmo pode tomar contar da vida.
E a clássica, não atira pedra quem tem telhado de vidro.

Ainda, estou tentando me recompor, mas como minha psicologa me falou um dia,
Estas marcas estarão aí para sempre, dependendo do movimento que fizer, vai senti-las.
Posso dizer que sinto diariamente o incomodo.
Vivo com ele em mim.